PF apura vazamento de reuniões do Copom para o BTG - Rádio Liberdade FM Online

PF apura vazamento de reuniões do Copom para o BTG

Operação deflagrada hoje (3) pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) mira a cúpula do banco BTG Pactual.  Foi feita busca e apreensão na sede do banco, em São Paulo.

A PF e o MPF apuram se a instituição financeira obteve informações das reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) entre os anos de 2010 a 2012, de acordo com informações da Folha e da Reuters.

A investigação pretende verificar se houve vazamentos dos resultados do encontros, que definem as taxas de juros básicas do país (Selic), envolvendo agentes públicos do alto escalão do governo federal da época e o banco, “em contexto de obtenção de vantagens ilícitas mútuas”. A suspeita é de favorecimento de um fundo de investimento do BTG Pactual.

A apuração foi instaurada a partir de colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci. De acordo com Palocci, o ex-ministro Guido Mantega teria vazado informações do Copom.

O banco teria obtido, com as informações das reuniões, um lucro de dezenas de milhões de reais. Os crimes investigados são de corrupção passiva, corrupção ativa, informação privilegiada, lavagem e ocultação de ativos.

Após a divulgação da notícia sobre a operação, as ações do BTG Pactual chegaram a cair 10%. A instituição financeira pertence a André Esteves, que foi preso em 2015. À época, a PF suspeitava que ele planejou obstruir as investigações da Operação Lava Jato, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O banqueiro já foi o 13º mais rico do país. Segundo a PGR, o senador prometeu pagar R$ 50 mil mensais para a família de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, para evitar que ele fizesse delação premiada e que revelasse a suposta participação do senador no esquema de corrupção investigado na estatal.

O Banco BTG Pactual afirma exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo. O Banco Central ainda não se manifestou.

[Por: R. Amaral | Fonte: Metro1 | 03/10/2019]