Bolsonaro cogita acionar Moro para que PF ouça porteiro no caso Marielle - Rádio Liberdade FM Online

Bolsonaro cogita acionar Moro para que PF ouça porteiro no caso Marielle

Cumprindo agenda na Arábia Saudita, o presidente Jair Bolsonaro disse, em entrevista a jornalistas na capital Riad, que está avaliando junto ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, se coloca a Polícia Federal para ouvir o porteiro que teria mencionado o seu nome em depoimento sobre o caso da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Uma reportagem veiculada pelo Jornal Nacional na noite desta terça-feira, 29, mostrou que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde morava Ronnie Lessa, um dos dois acusados de matar a vereadora, teria dito em depoimento que um homem chamado Élcio, outro suspeito de envolvimento no crime, esteve no residencial às 17h10 de 14 de março de 2018, horas antes da ocorrência da morte. Élcio, segundo o porteiro, entrou no condomínio dirigindo um Renault Logan prata e afirmou que iria à casa 58, que pertence a Bolsonaro e onde morava o presidente. O porteiro relatou que ligou para a casa 58 e o “seu Jair” atendeu e autorizou a entrada de Élcio. No entanto, registros da Câmara dos Deputados mostram que o então parlamentar estava na capital federal no momento.

Em Riad, Bolsonaro atacou o governador Wilson Witzel por ter vazado o conteúdo do depoimento, que estaria sob sigilo. “No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil para tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação de que eu poderia estar envolvido na morte da Marielle”, disse, conforme publicação do Estadão.

“Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez. O porteiro ou se equivocou ou não leu o que assinou. Pode o delegado ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo”, afirmou o presidente.

[Por: R. Amaral | Fonte: ATarde | 30/10/2019]