Em crise, escolas de educação infantil temem não retornarem às aulas em fevereiro - Rádio Liberdade FM Online

Em crise, escolas de educação infantil temem não retornarem às aulas em fevereiro

As escolas de educação infantil da rede particular de Feira de Santana aguardam com expectativa uma definição sobre o retorno das aulas presenciais, que foram suspensas desde o início da pandemia, em março de 2020. No entanto, com a prorrogação do decreto estadual que proíbe as atividades em sala de aula, em todo o estado, até o dia 15 de janeiro, o clima de insegurança cresce entre as instituições de ensino e os pais, que temem matricular seus filhos antes da liberação. 

O setor foi um dos mais afetados pela crise econômica provocada pela Covid-19 e prevê um longo tempo para se recuperar.

Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

De acordo com a diretora Ivonete Barbosa Alves, do Colégio Barbosa Alves, que atende crianças do grupo 2 ao quinto ano do ensino fundamental no bairro Santa Mônica, existe uma previsão de início das aulas para o dia 1º de fevereiro, porém o clima é de incerteza. 

“Não estamos seguros ainda para saber o que vai acontecer. A minha dúvida maior é que precisamos do apoio dos pais e sindical. Tudo na vida está funcionando: o shopping, os outlets, as praias, então queremos a certeza de que a escola também vai funcionar”, afirmou.

Segundo a diretora, no passado a escola ofertou aulas remotas para os alunos e disponibilizou materiais impressos aos pais, além de aulas gravadas. No entanto, para ela, o ensino online para a educação infantil foi algo emergencial e não deu tão certo quanto gostariam.

“Nós precisamos voltar. O online foi algo emergencial, mas não deu certo. Os pais não têm tempo, as crianças ficam com o material em casa, a escola fica travada. Foi um ano difícil, e não é que foi perdido, fizemos o possível, mas foi meia boca, um faz de conta. E todo pai que chega na escola pergunta se vai ser como no ano passado. Não existiu escola que fez 100%. Foi um ano difícil para se manter. Muitas escolas que pagavam aluguel fecharam. E quem tem prédio próprio trabalhou no vermelho”, destacou Ivonete.

Foto: Divulgação/ Home Baby

Para a diretora da creche-escola Home baby, Mariana Fernandes Silva Carvalho, que oferece turmas até o grupo 4 no Parque Getúlio Vargas, a educação infantil foi negligenciada pelo poder público.

“A escola continua de mãos atadas. A verdade é que a educação infantil foi descartada. A gente continua sem conseguir fazer nenhum tipo de matrícula. É muito grave a situação. A educação infantil abarca um sistema que vai além do ensino obrigatório, que é onde mantém as crianças num processo de rede apoio, além do processo pedagógico. Quando a gente fala de grupos 1, 2 e 3, a gente associa um processo educacional não obrigatório a uma rede de apoio. Então quando há a suspensão das aulas presenciais para essas crianças fica praticamente impossível fazer qualquer oferta de apoio educacional ou até assistencial”, lamentou a diretora.

Foto: Divulgação/ Home Baby

Ela destacou que, mesmo diante da incerteza sobre o retorno das aulas presenciais, foi montado um protocolo de segurança e defende o retorno imediato do ensino.

“Nós da educação infantil da rede particular somos empresa, empregamos, pagamos impostos e estamos desassistidos pelo poder público diante dessas circunstâncias. A gente montou todo um esquema de protocolo de segurança, estudou todo esse tempo para apresentar às famílias um modelo seguro. Essa incerteza trará prejuízos financeiros, educacionais e sociais. A gente sobreviveu ao ano de 2020 e está tentando reiniciar o ano de 2021 e não está nada fácil porque não está havendo a procura”, salientou Mariana.

Por: R. Amaral | Fonte: AcordaCidade | 07/01/2021