CoronaVac: diretor do Instituto Butantan revela etapas da vacina no Brasil - Rádio Liberdade FM Online

CoronaVac: diretor do Instituto Butantan revela etapas da vacina no Brasil

Diretor médico do Instituto Butantan, o pesquisador Ricardo Palácios afirmou à CNN, nesta quarta-feira (8), que a CoronaVac, vacina produzida por laboratório chinês e com parceria da instituição brasileira, é “muito promissora” contra a Covid-19.

“Queria demonstrar toda a nossa convicção de que estamos esperando uma vacina muito promissora. Vimos os resultados nas fases 1 e 2, realizadas na China, nas quais mais de 90% das pessoas que receberam as duas doses criaram anticorpos que são capazes de neutralizar o novo coronavírus”, disse.

“Para reforçar essa ideia de que estamos com uma tecnologia adequada, outros desenvolvedores da China estão obtendo resultados semelhantes, então acreditamos que ela é, de fato, muito promissora e capaz de neutralizar o vírus na maior parte das pessoas. Estamos realmente muito entusiasmados”, acrescentou.

Palácios explicou que os primeiros anticorpos contra a doença aparecem cerca de um mês após a vacinação completa. “As duas doses têm intervalo de 14 dias. Catorze dias após a segunda, a pessoa já demonstra ter anticorpos neutralizantes para o vírus, então seriam 28 dias no total”, explicou.

O pesquisador ainda estimou que é possível que um resultado preliminar sobre a eficácia da vacina seja confirmado antes do final do ano, mas ponderou que isso depende da epidemiologia – ou seja, de quantas pessoas vão se expor ao novo coronavírus. “Só quando a pessoa se expõe é que sabemos se a vacina consegue proteger”, esclareceu.

Apesar disso, ele afirmou que a produção da vacina já está ocorrendo na China e a distribuição deve ser iniciada assim que a segurança e eficácia forem comprovadas. “A ideia é que esse processo seja muito rápido”, concluiu.

No Brasil, o grupo prioritário para os testes são os profissionais de saúde. Serão 9 mil voluntários da área de saúde em seis estados brasileiros – São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

De acordo com o pesquisador do Butantan, o critério se deve ao nível de exposição que esses profissionais enfrentam ao tratarem diretamente com pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Além disso, ele ressaltou que também foi considerado que “se a gente chegar a adoecer, são eles que cuidarão da gente”.

Por: R. Amaral | Fonte: CNN | 09/07/2020