Irã parece estar recuando e ninguém ficou ferido em ataques, diz Trump em pronunciamento - Rádio Liberdade FM Online

Irã parece estar recuando e ninguém ficou ferido em ataques, diz Trump em pronunciamento

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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (8) que após os ataques contra bases americanas, o Irã parece estar recuando. Em discurso na Casa Branca, Trump também disse que vai impor novas sanções econômicas ao país do Oriente Médio e que, enquanto estiver no poder, o Irã nunca poderá ter armas nucleares.

Veja o resumo do que Trump disse:

  • nenhum americano ou iraquiano morreu durante os ataques de terça-feira (7) e os danos foram “mínimos”;
  • as forças dos EUA estão “preparadas para tudo”;
  • EUA vão impor novas sanções econômicas que vão continuar “até que o Irã mude seu comportamento”;
  • os países que ainda estão no acordo nuclear (Alemanha, China, Reino Unido, Rússia e França) deveriam abandoná-lo;
  • Irã é o principal patrocinador de terrorismo no mundo, e a busca por armas nucleares ameaça o mundo civilizado;
  • enquanto estiver no poder, nunca deixará o Irã ter armas nucleares;
  • Qassem Soleimani, que os EUA mataram na semana passada, era responsável pelas piores atrocidades cometidas pelo regime iraniano e estava planejando novos ataques quando foi assassinado –”deveria ter sido eliminado há muito tempo”;
  • vai pedir que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tenha um papel mais ativo no Oriente Médio;
  • EUA aumentaram a sua produção de óleo e gás, que o país é o maior do mundo nesse campo e que não depende mais tanto do Oriente Médio para esses recursos;
  • americanos e iranianos têm um inimigo em comum, o Estado Islâmico, e os dois deveriam trabalhar em conjunto nessa e em outras prioridades.
 Donald Tump fala sobre ataques iranianos a baes de forças americanas no Iraque — Foto: Reuters/Jonathan Ernst

Donald Tump fala sobre ataques iranianos a baes de forças americanas no Iraque — Foto: Reuters/Jonathan Ernst

Ataque iraniano

Duas bases no Iraque que abrigam forças americanas e iraquianas foram atingidas por 22 mísseis iranianos na noite de terça (7) – madrugada de quarta (8) no horário local. Ambas são consideradas estratégicas para a operação militar dos EUA na região e para o combate ao grupo Estado Islâmico.

A principal, Al-Asad, fica em uma região sunita (o Irã é um país xiita). Foram lançados 17 mísseis contra esta base — dois deles não atingiram o alvo, mas não chegaram a explodir. A outra, atingida com 5 mísseis, fica em território curdo.

Entenda as consequências do ataque do Irã às bases americanas

Entenda as consequências do ataque do Irã às bases americanas

“Estou feliz por informar que o povo americano deve estar grato e feliz. Nenhum americano foi atingido, não sofremos perdas, nossos soldados estão seguros e só danos mínimos aconteceram nas nossas bases”, disse Trump durante o pronunciamento.

Na noite de terça-feira (7), logo após os ataques, Trump afirmou, pelo Twitter, que estava “tudo bem”. O mandatário esperou uma avaliação sobre os danos causados pelo ataque para fazer o discurso oficial na Casa Branca.

Bases iraquianas sofrem ataques — Foto: Cida Gonçalves/G1

Bases iraquianas sofrem ataques — Foto: Cida Gonçalves/G1

“O Irã parece estar recuando, o que é muito bom para todas as partes e algo muito bom para o mundo. Vidas americanas ou iraquianas não foram perdidas”, disse nesta quarta, ao lado de civis e militares de alto escalão do governo.

Trump anunciou que os Estados Unidos vão “impor imediatamente sanções econômicas punitivas adicionais contra o regime iraniano”, mas não mencionou possíveis represálias aos ataques com mísseis desta terça

Trump celebrou seu sucesso econômico, que, segundo ele, tornou os EUA menos dependentes do petróleo do Oriente Médio, mudando as “prioridades estratégicas” de Washington na região.

“Hoje vou pedir à Otan que se envolva muito mais no processo no Oriente Médio”, afirmou.

Trump também pediu para a comunidade internacional seguir seu exemplo e abandonar o acordo nuclear com o Irã, como os Estados Unidos já fizeram em maio de 2018.

O pacto já está desmoronando: Teerã disse no domingo que não terá qualquer limite para o número de centrifugadoras para o enriquecimento de urânio, um de seus principais compromissos decorrentes do acordo.

“Chegou o momento de Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China reconhecerem essa realidade. Devem romper agora com os restos do acordo com o Irã”, disse. “Todos devemos trabalhar juntos para chegar a um acordo com o Irã que torne o mundo um lugar mais seguro e pacífico”, afirmou.

Em seguida, Trump se dirigiu diretamente aos iranianos ao afirmar que os Estados Unidos querem que eles aproveitem o “grande futuro” de prosperidade e harmonia com outras nações que eles merecem.

“Os Estados Unidos estão pronto para abraçar a paz com todos que a buscarem”, garantiu.

Vingança

Os alvos foram bombardeadas pelo Irã para vingar a morte do general Qassem Soleimani, assassinado em um ataque aéreo americano na semana passada, em Bagdá, capital do Iraque. A ação iraniana cumpre a promessa de retaliação pela morte do comandante que culminou em uma escalada de tensão no Oriente Médio.

A base de Al-Asad é a de maior importância estratégica para os EUA na região e fica no Oeste do Iraque, na província de Anbar. Al-Asad está a cerca de 200 quilômetros de Bagdá e começou a ser usada pelas forças americanas depois da invasão do Iraque pelos EUA, em 2003, que derrubou Saddam Hussein.

As tropas americanas chegaram a deixar a região gradativamente até 2011, mas voltaram a pedido do Iraque.

Os soldados dos EUA também se fixaram na base de Al-Asad durante o combate contra o Estado Islâmico, a partir de 2017. Pelo menos 500 soldados e civis americanos já passaram pelo local neste período. Algumas tropas foram deslocadas no ano passado, mas muitos soldados continuaram na base.

Foi de Al-Asad que saiu a operação que culminou na morte do terrorista Abu Bakr-al-Baghdadi, chefe do Estado Islâmico, em outubro de 2019.

Durante o feriado de Ação de Graças, no ano passado, a base recebeu a visita do vice-presidente dos EUA, Mike Pence.

[Por: R. Amaral | Fonte: G1 | 08/01/2020]