Cúpula do Clima começa com discursos de Biden, Bolsonaro e mais líderes; assista - Rádio Liberdade FM Online

Cúpula do Clima começa com discursos de Biden, Bolsonaro e mais líderes; assista

A Cúpula de Líderes sobre o Clima começou nesta quinta-feira (22), em evento organizado pelo governo dos Estados Unidos. O anfitrião é o presidente Joe Biden, que faz a coordenação do evento. O discurso de abertura ficou sob a responsabilidade da vice-presidente Kamala Harris.

Além da norte-americano, outros 39 líderes discursam durante a manhã. Cada governante tem 3 minutos para falar sobre as metas fixadas pelo seu país. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve se pronunciar às 10h.

O encontro reúne de forma remota os líderes de 40 nações estratégicas para o combate à crise global das mudanças climáticas, seja por seu pioneirismo em ações de enfrentamento à devastação ambiental, ou por serem grandes emissores de gás carbono.

A Índia, um importante aliado do Brasil e integrante do BRICS, também participa do evento e conta com discurso do primeiro-ministro Narendra Modi.

A expectativa é de que a Cúpula seja um ambiente propício para negociações que garantam o aprofundamento dos compromissos firmados no âmbito do Acordo de Paris, com a revisão das metas estabelecidas até 2030 para controlar o aquecimento global dentro do limite de 1,5ºC.

Discurso de Bolsonaro

Alguns países se anteciparam ao evento e já anunciaram novas metas, como o presidente Jair Bolsonaro, que garantiu em troca de cartas com Joe Biden o compromisso de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

No entanto, como antecipou o colunista da CNN Caio Junqueira, o discurso de Bolsonaro no painel deverá apresentar três novos anúncios que terão o intuito de sinalizar o engajamento do governo brasileiro com a agenda ambiental mundial.

Segundo informações obtidas pela CNN, o presidente deve duplicar os recursos de fiscalização em áreas de preservação, antecipar a neutralidade climática de 2060 para 2050 e anunciar uma nova meta de redução do desmatamento ilegal para ser executada ainda em 2021.

O governo brasileiro tem com este evento a oportunidade de reposicionar a sua imagem no campo das relações exteriores e, até mesmo, atrair recursos para o cumprimento dos objetivos estipulados. 

O encontro tem um enfoque importante de discussão da capacidade de geração de emprego e renda nos países que adotarem a agenda de ação climática, dentre outros planejamentos que busquem a utilização de tecnologia, o cooperativismo internacional e a criação de benefícios econômicos em favor do combate à devastação ambiental.

A Cúpula, portanto, serve para os países abrirem diversas frentes de atuação no enfrentamento ao desequilíbrio ambiental, ao mesmo tempo em que utilizam o evento para se beneficiar politicamente e economicamente.

O presidente norte-americano, por exemplo, cumpre uma promessa de campanha com a organização deste evento e demarca um espaço importante de reposicionamento dos Estados Unidos nas discussões sobre o clima ao redor do mundo — depois de caminhar em sentido oposto durante o governo Donald Trump.

Confira a ordem dos discursos:

Joe Biden (Estados Unidos)
Harris (Estados Unidos)
Blinken (Estados Unidos)
John Kerry (Estados Unidos)
Guterres (ONU)
Bolsonaro (Brasil) – Discursa por volta das 10h
Xi Jiping (China)
Ursula von der Leyen (União Europeia)
Macron (França)
Merkel (Alemanha)
Modi (Índia)
Putin (Rússia)

A partir das 12h45:

John Kerry (Estados Unidos)
Charles Michel (Conselho Europeu)
Georgieva (FMI)
David Malpass (Banco Mundial)
Papa Francisco (Vaticano)

Kamala Harris abre o evento e Biden promete redução de emissões em 50% nos EUA

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, foi a primeira a discursar no evento. Ela trouxe a mensagem de que é possível alinhar o desenvolvimento econômico e a geração de emprego com a adoção de políticas de transferência das fontes de energia para bases produtivas limpas e renováveis na produção industrial. 

A política foi seguida pelo presidente Joe Biden, que garantiu a redução das emissões de gás carbono em 50% nos Estados Unidos até o final da década. Segundo Biden, a medida “coloca o país em um projeto de zero emissão até 2050”.

“A força das nossas economias dependem disso. Os países que tomarem a iniciativa agora serão aqueles que terão os benefícios da energia limpa”, afirmou Biden. Os mandatários norte-americanos frisaram o remanejamento da matriz energética para fontes limpas e renováveis como o principal mecanismo para criar empregos nesta década.

Por: R. Amaral/Márcia Chaves | Fonte: CNN | 22/04/2021