O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,14% em novembro, mostrando aceleração em relação à taxa de 0,09% registrada em outubro, segundo divulgou nesta sexta-feira (22) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a maior variação mensal do índice desde maio (0,35%). Apesar da ligeira alta, trata-se do menor resultado para um mês de novembro desde 1998, quando a taxa foi de -0,11%. Em novembro de 2018, a taxa foi de 0,19%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,83% e, em 12 meses, de 2,67%, abaixo dos 2,72% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, indo ainda mais abaixo do piso da meta para 2019, reforçando as apostas de uma nova redução na taxa básica de juro, em dezembro.
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Variação mensal do IPCA-15 — Foto: Economia G1
Combustíveis e carne ficaram mais caros
A aceleração em novembro foi puxada pelos preços de transportes (0,30%), impactados pelo aumento da gasolina (0,80%) e do etanol (2,53%). Os preços do óleo diesel (0,58%) e do gás veicular (0,10%) também subiram, levando o resultado dos combustíveis a um aumento de 1,07%. Já as passagens aéreas tiveram alta de 4,44%.
Os preços do grupo alimentação e bebidas, por sua vez, apresentaram alta de 0,06% em novembro, após três meses consecutivos de deflação. Somente as carnes subiram 3,08% e contribuíram com 0,08 ponto percentual no índice geral do mês. Em 12 meses, a alta chega a 7,76%, mais do que o dobro da inflação.
Por outro lado, destacam-se as quedas dos preços da cebola (-18,60%), do tomate (-8%), da batata-inglesa (-7,92%) e do leite longa vida (-1,67%).
Também houve alta nos grupos vestuário (0,68%), despesas pessoais (0,40%).
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Carnes subiram 3,08% e contribuíram com 0,08 ponto percentual no IPCA-15 de novembro, segundo o IBGE — Foto: Aurélio Aureliano/ EPTV
Dos 9 grupos de produtos e serviços, 3 apresentaram deflação em novembro. Veja abaixo a inflação por grupos e o impacto de cada um no índice geral:
- Alimentação e Bebidas: 0,06% (0,02 ponto percentual)
- Habitação: -0,22% (-0,04 p.p.)
- Artigos de Residência: -0,06% (0 p.p.)
- Vestuário: 0,68% (0,04 p.p.)
- Transportes: 0,30% (0,06 p.p.)
- Saúde e Cuidados Pessoais: 0,20% (0,02 p.p.)
- Despesas Pessoais: 0,40% (0,04 p.p.)
- Educação: 0,04% (0 p.p.)
- Comunicação: -0,02% (0 p.p.)
Preço da energia é destaque de queda
O grupo habitação apresentou a maior variação negativa (-0,22%) e ajudou a segurar a inflação em novembro, com impacto de -0,04 ponto percentual no índice geral, favorecido principalmente pela queda no preço médio da energia elétrica (-1,51%), impactada pela redução nas tarifas de concessionárias de São Paulo, Brasília e Goiânia.
“Além disso, em novembro, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, cujo valor da cobrança adicional foi reajustado de R$ 4,00 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, em que a cobrança adicional foi de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora”, destacou o IBGE.
Também tiveram queda nos preços artigos de residência (-0,06%) e comunicação (-0,02%).
Perspectivas e meta de inflação
Com o ritmo de recuperação ainda lento da economia e demanda fraca, a inflação segue comportada e abaixo do piso da meta para 2019.
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5% ao ano – a menor da série histórica do BC, que começou em 1986.
O mercado espera uma inflação de 3,31% em 2019, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2020, a projeção dos analistas é de uma inflação de 3,60%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.
O mercado segue prevendo mais corte nos juros, com a Selic encerrando 2019 em 4,5% ao ano. Para o fim de 2020, a projeção passou de 4,5% para 4,25% ao ano, de modo que o mercado passou a estimar corte nos juros também no ano que vem.
A previsão de crescimento da economia brasileira neste ano está em 0,92%, segundo a pesquisa Focus.
O resultado oficial do PIB do 3º trimestre será divulgado pelo IBGE no dia 3 de dezembro. No 1º trimestre, houve queda de 0,1% e, no 2º trimestre, alta de 0,4%.
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Teto, centro e piso da meta de inflação — Foto: Arte/G1
Inflação por regiões
Segundo o IBGE, 2 das 11 regiões pesquisadas apresentaram deflação de outubro para novembro. O menor resultado foi registrado em Brasília (-0,23%), em função da queda observada na energia elétrica (-5,44%). Já o maior índice ficou com a região metropolitana de Belém (0,33%), influenciado pelas altas nas carnes (5,77%) e na roupa masculina (2,33%).
Em São Paulo, houve alta de 0,29%. No Rio de Janeiro, a inflação foi de 0,10%.
[Por: R. Amaral | Fonte: G1 | 22/11/2019]