Polícia apreende três adolescentes acusados de matar entregador; crime contou com requintes de crueldade - Rádio Liberdade FM Online

Polícia apreende três adolescentes acusados de matar entregador; crime contou com requintes de crueldade

Policiais militares da 66ª Companhia Independente de Polícia Militar (66ª CIPM), apreenderam na noite de domingo (22), os três adolescentes acusados de matar o entregador de pizza, Lucas dos Santos Bonfim, de 21 anos.

 Lucas saiu na sexta-feira à noite (20), da pizzaria na qual trabalhava no Conjunto Feira X em Feira de Santana, para entregar uma pizza na Rua Conde de Irajá no bairro Campo Limpo e não retornou. O pedido foi feito através do WhatsApp da pizzaria, mas o endereço da casa para a entrega não existia.

A moto de Lucas foi encontrada na noite de sábado (21) em uma residência no bairro Campo Limpo e o seu corpo foi localizado na manhã de ontem (22), na mesma rua onde partiu o pedido da pizza. O corpo estava enterrado em um terreno baldio e apresentava vários cortes de arma branca por toda parte.

Foto: Divulgação | Lucas dos Santos Bonfim foi morto com golpes de faca e facão na face, cabeça, costas e por todo o corpo

Um dos adolescentes foi preso no bairro Campo Limpo e os outros no bairro Santa Mônica. Eles confessaram o crime e detalharam a frieza como agiram. A delegada Danielle Matias, titular da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), disse ao Acorda Cidade que o crime foi tipificado como latrocínio, que os adolescentes foram ouvidos e encaminhados para a Comunidade de Atendimento Sócio Educativo – Case Juiz de Melo Matos na manhã de hoje (23).

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade | Delegada Danielle Matias

“A localização do corpo foi feita pelo plantão regional, ocorreu no domingo e o flagrante foi tipificado como latrocínio. Os adolescentes foram ouvidos e contaram detalhadamente como fizeram esse ato infracional. Ligaram para a pedir a pizza e segundo eles, já era costume, já fizeram isso outras vezes. Os entregadores, iam para esse local, nesse mesmo terreno e eles roubavam as vítimas. Desta vez, como eles próprios falaram, fizeram algo mais. Como eles estavam de cara limpa, (nas palavras deles), então resolveram matar a vítima para que ela não os reconhecesse posteriormente. Infelizmente o ato foi cometido com um grau enorme de frieza, além de situações de tortura”, declarou. 

De acordo com a delegada, Lucas foi morto com golpes de faca e facão e teve as mãos amarradas, além de sacos colocados na cabeça.

Foto: Reprodução | No local onde o corpo de Lucas foi encontrado havia vários objetos espalhados e queimados

“Informaram que mataram Lucas com medo de serem reconhecidos e tinham a intenção de roubá-lo, tanto é que assim que a vítima chegou ao local, eles já perguntaram se a moto tinha rastreador, subtraíram o celular, perguntaram a senha e como eles falaram que estavam de cara limpa, ou seja, a vítima podia reconhecê-los, então resolveram matar Lucas. Todos três golpearam, participaram, inclusive da ocultação do cadáver do Lucas. De acordo com os adolescentes, ainda teve a participação de uma quarta pessoa, um maior de idade, no entanto, as investigações ainda continuam em relação a essa pessoa”, afirmou Danielle Matias.

A delegada disse que Lucas foi morto e enterrado no terreno baldio na mesma noite do seu desaparecimento. Ela salientou que o crime ocorreu durante o plantão regional da Polícia Civil e a DAI dará continuidade ao trabalho. 

A delegada frisou que embora tenha experiência em investigações de crimes de latrocínio e homicídio envolvendo adolescentes, o que aconteceu com o jovem entregador ainda chama muito a atenção da polícia, principalmente por toda crueldade e frieza apresentada pelos adolescentes que cometeram o crime.

“Não me acostumo, não tem como se acostumar, foi uma vida de um jovem perdida de forma bastante cruel, e percebemos uma frieza nas declarações deles e isso é comum. Não foi o primeiro caso de homicídio, latrocínio com ocultação de cadáver por adolescentes e sempre que acontece esse tipo de caso, vemos essa característica, uma frieza no falar. Eles falam como se tivessem feito qualquer coisa, eles mataram uma pessoa e com requintes de crueldade. Realmente é muito difícil”, pontuou.

Por: R. Amaral | Fonte: AcordaCidade | 24/11/2020