O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (12) e bateu o quarto recorde consecutivo em relação ao real, diante da divulgação de dados decepcionantes do varejo brasileiro e do maior otimismo quanto à contenção da epidemia de coronavírus na China.
A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 4,3505, em alta de 0,55%. Na máxima da sessão, chegou a R$ 4,3535, também máxima nominal durante as negociações. Veja mais cotações. No mês, a moeda acumula alta de 1,53% e, no ano, tem valorização de 8,5%.
Já o dólar turismo, vendido nas casas de câmbio, fechou a R$ 4,54 sem o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Na terça, o dólar encerrou a sessão vendida a R$ 4,3269, em alta de 0,10%, no maior patamar nominal de fechamento já registrado.
Dados do comércio decepcionam
As vendas no varejo recuaram 0,1% em dezembro na comparação com o mês anterior e subiram 2,6% sobre um ano antes, de acordo com dados do IBGE, em resultado abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters. No acumulado em 2019, o comércio registrou alta de 1,8%, mas mostrou perda de força em relação aos 2 anos anteriores.
“Investidores receberam há pouco decepcionantes dados de vendas no varejo de dezembro”, disse em nota a corretora Commcor, citando “reações isoladamente negativas ao real, que segue sofrendo com baixos juros e desanimadores dados de atividade”.
Dólar alto faz viagens ao exterior diminuírem pela primeira vez em 10 anos
No exterior, a China registrou nesta quarta-feira o menor número de novos casos de coronavírus desde janeiro, apoiando uma previsão do principal assessor médico do país de que o surto terminará até abril.
“O mercado está relativamente confiante de que a China será capaz de controlar o vírus, embora possa levar algum tempo”, afirmou Steve Englander, chefe de pesquisa global do G10 FX na Standard Chartered, em Nova York. “O fato de que o coronavírus não parece tão letal fora da China é algo que está confortando os mercados.”
Na terça-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) Jerome Powell disse ao Congresso que a economia do país norte-americano estava em um lugar favorável, mesmo citando a ameaça potencial do coronavírus na China e algumas outras preocupações de longo prazo.
“Os dados econômicos norte-americanos ainda estão superiores a outras economias e a diferença de crescimento com o resto do mundo continua substancial”, afirmou à Reuters Ugo Lancioni, gerente de portfólio do Neuberger Berman Macro Opportunities FX Fund.
Variação do dólar em 2020 — Foto: Arte/G1
[Por: R. Amaral | Fonte: G1 | 12/02/2020]